quinta-feira, 30 de julho de 2015

Concordância verbal 3











                        Concordância verbal 3

   Verbos impessoais

   Com verbo impessoal, o sujeito é inexistente - o verbo fica sempre na 3ª pessoa do singular.
   Os verbos impessoais são:
   Haver no sentido de existir
   Fazer indicando tempo e
   Verbos que indicam fenômenos meteorológicos.

   Exemplos:

   Havia muitas pessoas no movimento político.
   Fazia horas que Maria do Céu esperava pelo ônibus.
   Chovia muito no Recife.

   Observação 1: Se o verbo impessoal aparecer numa locução verbal, a construção é a mesma.

   Exemplo:

   Poderia haver aposentados menos infelizes...

   Observação 2: O verbo existir não é impessoal. Logo concorda com o sujeito:

   Exemplo:

   Existiam muitas pessoas naquele lugarejo.

   Observação 3: Os verbos que indicam fenômenos meteorológicos usados em sentido figurado não são impessoais. Logo concordam com o sujeito.

   Exemplo:

   Choveram cartazes exigindo reforma imediata.

   Observação 4: Na língua falada no Brasil, o verbo haver, quando impessoal, é quase sempre substituído pelo verbo ter.

   Exemplo:

   Na lanchonete tinha duas meninas.

   Por hoje é só, mas há mais concordância verbal, que veremos na próxima postagem.
   Até breve!



domingo, 19 de julho de 2015

Concordância verbal 2












                        Concordância verbal 2

   2. Casos especiais

   1. Sujeito simples
   a) o sujeito é uma expressão partitiva: (parte de, uma porção de, a maioria de); nesse caso, o verbo pode ficar no singular ou ir para o plural.
   Exemplos:
   Uma porção de maçãs estava estragada.
   Uma porção de maçãs estavam estragadas.
   b) o sujeito é um número percentual ou número fracionário; nesse caso, o verbo concorda com o numeral.
    Exemplos:
   7% das maçãs estavam estragadas.
   3/4 das maçãs estavam estragadas.
   1% das maçãs estava estragada.
   1/3 das maçãs estava estragado.
   c) o sujeito é a expressão mais de um; nesse caso, o verbo fica no singular:
   Mais de um político se sentiu ameaçado pela fala do juiz.
   d) o sujeito é o pronome relativo que: nesse caso, o verbo concorda com o antecedente do que:
   Exemplos
   Fui eu que vi o filme.
   Fomos nós que vimos o filme.
   e) o sujeito é o pronome relativo quem; nesse caso, o verbo concorda com quem e fica na 3ª pessoa do singular; ou concorda com o antecedente do quem:
   Exemplos:
   Fui eu quem viu aquele acidente.
   Fui eu quem vi aquele acidente.
   f) o sujeito é a expressão um dos que; nesse caso, o verbo fica na 3ª pessoa do singular ou pode ir para a 3ª pessoa do plural:
   Exemplos:
   Fui um dos que saíram na coluna social.
   Fui um dos que saiu na coluna social.
   g) o sujeito é um pronome indefinido, interrogativo ou indefinido no plural, seguido de nós ou vós; nesse caso, o verbo concorda com o primeiro pronome ou concorda com nós ou vós:
   Exemplos:
   Muitos de nós foram ao parque.
   Muitos de nós fomos ao parque.
   h) o sujeito é um nome que só tem plural e não é precedido de artigo; nesse caso, o verbo fica no singular:
   Exemplo:
   Campinas é uma cidade do Estado de São Paulo.
   i) o sujeito é um nome que só tem plural, mas é precedido de artigo; nesse caso, o verbo vai para o plural:
   Os Estados Unidos são muito criticados por alguns políticos.
 Porém... se o sujeito for o nome de uma obra artística, o verbo poderá ficar no singular ou ir para o plural:
   Exemplos:
   Os Lusíadas foram escritos por Camões.
   Os Lusíadas foi escrito por Camões.
   j) o sujeito é um coletivo no singular; nesse caso, o verbo fica no singular:
   Exemplo:
   A boiada passava lentamente.
   Porém... se o coletivo vier seguido de uma expressão no plural, o verbo pode concordar com ela:
   Exemplo:
   A turma de alunos entrou correndo na sala.
   A turma de alunos entraram correndo na sala.
   Ainda... se o coletivo estiver distante do verbo, este poderá ir para o plural:
   Exemplo:
   A turma entrou na sala e aparentavam cansaço..
   k) o sujeito é um pronome de tratamento; nesse caso, o verbo fica na 3ª pessoa do singular se o pronome estiver no singular, e vai para a 3ª do plural se o pronome estiver no plural:
   Exemplos:
   V. Excelência pode me ouvir?
   Suas Excelências acabaram de chegar.
   l) o sujeito é um número de horas; nesse caso, os verbos dar, bater e soar concordam com o numeral:
   Exemplos:
   Deram quatro horas quando o filme começou.
   Bateu uma hora quando o filho chegou da festa.
   Soaram oito horas quando cheguei da rua.
   Porém... se o sujeito for a palavra relógio, sino, carrilhão, o verbo fica no singular.
   Exemplo:
   O relógio deu duas horas quando o trem partiu da estação.
   m) no caso do se como partícula apassivadora, o verbo concorda  com o sujeito paciente:
   Exemplos:
   Consertam-se relógios.
   Conserta-se relógio.
   n) no caso do se como índice de indeterminação do sujeito, o verbo fica sempre na 3ª pessoa do singular:
   Exemplo:
   Falava-se bem de todos no Plenário.
   Dirige-se mal no país.

   Hoje deu para cansar, não é?
   Espero ter ajudado!
   Até breve!

sexta-feira, 17 de julho de 2015

Concordância verbal








                       Concordância verbal

   Regras gerais

   Muitas pessoas fazem concordâncias inadequadas; algumas ferem os ouvidos, mas, continuando no meu estilo, não vou mostrá-las aqui para que não sirvam de exemplo.

   O que é concordância verbal? É a concordância do verbo com o sujeito em pessoa e número:

1. Quando o sujeito é simples:
a) claro:
Mariana desenha bem.
Mariana  = ela - 3ª pessoa (concordância de pessoa)
Mariana é uma pessoa (concordância de número)

b) subentendido:
Não fomos ao cinema. (sujeito: nós)

c) anteposto:
João Pedro joga bola.

d) posposto:
Estarão presentes todas as crianças do edifício.

2. Quando o sujeito é composto:
a) o sujeito composto por elementos da 3ª pessoa gramatical leva o verbo para a 3ª pessoa do plural:
Tatiana e Fernanda estão voltando da viagem.

b) o sujeito composto por elementos de pessoas gramaticais diferentes leva o verbo para o plural, obedecendo à lei de prevalência:
* a 1ª pessoa prevalece sobre as outras:
Gabriel e eu fizemos uma aposta.
Gabriel - 3ª pessoa do singular
Eu - 1ª pessoa do singular
Nós - 1ª pessoa do plural

* a 2ª pessoa prevalece sobre a 3ª:
Malu e tu ireis ao térreo.
Malu - 3ª pessoa do singular
Tu - 2ª pessoa do singular
Vós - 2ª pessoa do plural
Nesse caso, o verbo poderá ir para a 3ª pessoa do plural:
Malu e tu irão ao térreo.

   Vamos parar por aqui que o assunto é extenso.
   Continuamos na próxima.
   Até breve!

sexta-feira, 10 de julho de 2015











                                                             Regência verbal

   Há verbos que exigem a presença de outros termos. Chamamos a esse estudo: Regência verbal.
   Nesse caso, o verbo é chamado regente, e o termo que completa seu significado é chamado regido.
   Assim: Gabriel joga bola.
   joga = regente
   bola = regido

   Quando há mudança de regência, há mudança de significado.
   Exemplo:
   Mariana aspira o perfume das flores.
   Malu aspira a uma profissão que a realize.
   Sem a preposição a, o verbo aspirar significa cheirar.
   Seguido da preposição a, o mesmo verbo significa pretender.

   Não vamos poder estudar todos os verbos de nossa língua, mas vamos a alguns, por exemplo, o verbo ir aparece nas conversas, nas letras de música, com a preposição em, mas, na linguagem culta formal, o verbo ir rege as preposições a e para. Exemplos:
   João Pedro foi ao parque.
   Luís Henrique foi para os Estados Unidos.

   Para estudar regência verbal, agrupamos os verbos de acordo com sua transitividade, que não é absoluta; um verbo pode ter mais de um significado de acordo com as relações entre seus complementos, como vimos com o verbo aspirar.

   Assim:

   Os verbos podem ser intransitivos, ou seja, não precisam de complementos:
   Tatiana chegou a Roma num dia de chuva.
   Fernanda foi para a França.
   Chegar e ir são quase sempre acompanhados de adjuntos adverbiais de lugar: Roma e França.
   As preposições a e para indicam direção ou destino.

   Os verbos podem também ser transitivos diretos, ou seja, não precisam de preposição para que a relação de regência seja estabelecida e são complementados por objetos diretos: Exemplo:
   Beto visitou suas avós.
   visitou = verbo transitivo direto; suas avós = objeto direto

   Quando são transitivos indiretos, os verbos são complementados por objetos indiretos. Exemplo:
   Duda obedece aos pais.
   Pedrinho simpatiza com João.
   Obedecer e simpatizar são verbos transitivos indiretos; aos pais e com João são objetos indiretos porque estão ligados ao verbo com o auxílio das preposições a e com.

   Não vou fazer lista de verbos pois são muitos; bom mesmo é sair do computador e ler um pouco para aprender regência com os escritores.

   Espero ter ajudado um pouco...
   Até breve!