Concordância verbal 3
Verbos impessoais
Com verbo impessoal, o sujeito é inexistente - o verbo fica sempre na 3ª pessoa do singular.
Os verbos impessoais são:
Haver no sentido de existir
Fazer indicando tempo e
Verbos que indicam fenômenos meteorológicos.
Exemplos:
Havia muitas pessoas no movimento político.
Fazia horas que Maria do Céu esperava pelo ônibus.
Chovia muito no Recife.
Observação 1: Se o verbo impessoal aparecer numa locução verbal, a construção é a mesma.
Exemplo:
Poderia haver aposentados menos infelizes...
Observação 2: O verbo existir não é impessoal. Logo concorda com o sujeito:
Exemplo:
Existiam muitas pessoas naquele lugarejo.
Observação 3: Os verbos que indicam fenômenos meteorológicos usados em sentido figurado não são impessoais. Logo concordam com o sujeito.
Exemplo:
Choveram cartazes exigindo reforma imediata.
Observação 4: Na língua falada no Brasil, o verbo haver, quando impessoal, é quase sempre substituído pelo verbo ter.
Exemplo:
Na lanchonete tinha duas meninas.
Por hoje é só, mas há mais concordância verbal, que veremos na próxima postagem.
Até breve!
Concordância verbal 2
2. Casos especiais
1. Sujeito simples
a) o sujeito é uma expressão partitiva: (parte de, uma porção de, a maioria de); nesse caso, o verbo pode ficar no singular ou ir para o plural.
Exemplos:
Uma porção de maçãs estava estragada.
Uma porção de maçãs estavam estragadas.
b) o sujeito é um número percentual ou número fracionário; nesse caso, o verbo concorda com o numeral.
Exemplos:
7% das maçãs estavam estragadas.
3/4 das maçãs estavam estragadas.
1% das maçãs estava estragada.
1/3 das maçãs estava estragado.
c) o sujeito é a expressão mais de um; nesse caso, o verbo fica no singular:
Mais de um político se sentiu ameaçado pela fala do juiz.
d) o sujeito é o pronome relativo que: nesse caso, o verbo concorda com o antecedente do que:
Exemplos
Fui eu que vi o filme.
Fomos nós que vimos o filme.
e) o sujeito é o pronome relativo quem; nesse caso, o verbo concorda com quem e fica na 3ª pessoa do singular; ou concorda com o antecedente do quem:
Exemplos:
Fui eu quem viu aquele acidente.
Fui eu quem vi aquele acidente.
f) o sujeito é a expressão um dos que; nesse caso, o verbo fica na 3ª pessoa do singular ou pode ir para a 3ª pessoa do plural:
Exemplos:
Fui um dos que saíram na coluna social.
Fui um dos que saiu na coluna social.
g) o sujeito é um pronome indefinido, interrogativo ou indefinido no plural, seguido de nós ou vós; nesse caso, o verbo concorda com o primeiro pronome ou concorda com nós ou vós:
Exemplos:
Muitos de nós foram ao parque.
Muitos de nós fomos ao parque.
h) o sujeito é um nome que só tem plural e não é precedido de artigo; nesse caso, o verbo fica no singular:
Exemplo:
Campinas é uma cidade do Estado de São Paulo.
i) o sujeito é um nome que só tem plural, mas é precedido de artigo; nesse caso, o verbo vai para o plural:
Os Estados Unidos são muito criticados por alguns políticos.
Porém... se o sujeito for o nome de uma obra artística, o verbo poderá ficar no singular ou ir para o plural:
Exemplos:
Os Lusíadas foram escritos por Camões.
Os Lusíadas foi escrito por Camões.
j) o sujeito é um coletivo no singular; nesse caso, o verbo fica no singular:
Exemplo:
A boiada passava lentamente.
Porém... se o coletivo vier seguido de uma expressão no plural, o verbo pode concordar com ela:
Exemplo:
A turma de alunos entrou correndo na sala.
A turma de alunos entraram correndo na sala.
Ainda... se o coletivo estiver distante do verbo, este poderá ir para o plural:
Exemplo:
A turma entrou na sala e aparentavam cansaço..
k) o sujeito é um pronome de tratamento; nesse caso, o verbo fica na 3ª pessoa do singular se o pronome estiver no singular, e vai para a 3ª do plural se o pronome estiver no plural:
Exemplos:
V. Excelência pode me ouvir?
Suas Excelências acabaram de chegar.
l) o sujeito é um número de horas; nesse caso, os verbos dar, bater e soar concordam com o numeral:
Exemplos:
Deram quatro horas quando o filme começou.
Bateu uma hora quando o filho chegou da festa.
Soaram oito horas quando cheguei da rua.
Porém... se o sujeito for a palavra relógio, sino, carrilhão, o verbo fica no singular.
Exemplo:
O relógio deu duas horas quando o trem partiu da estação.
m) no caso do se como partícula apassivadora, o verbo concorda com o sujeito paciente:
Exemplos:
Consertam-se relógios.
Conserta-se relógio.
n) no caso do se como índice de indeterminação do sujeito, o verbo fica sempre na 3ª pessoa do singular:
Exemplo:
Falava-se bem de todos no Plenário.
Dirige-se mal no país.
Hoje deu para cansar, não é?
Espero ter ajudado!
Até breve!
Concordância verbal
Regras gerais
Muitas pessoas fazem concordâncias inadequadas; algumas ferem os ouvidos, mas, continuando no meu estilo, não vou mostrá-las aqui para que não sirvam de exemplo.
O que é concordância verbal? É a concordância do verbo com o sujeito em pessoa e número:
1. Quando o sujeito é simples:
a) claro:
Mariana desenha bem.
Mariana = ela - 3ª pessoa (concordância de pessoa)
Mariana é uma pessoa (concordância de número)
b) subentendido:
Não fomos ao cinema. (sujeito: nós)
c) anteposto:
João Pedro joga bola.
d) posposto:
Estarão presentes todas as crianças do edifício.
2. Quando o sujeito é composto:
a) o sujeito composto por elementos da 3ª pessoa gramatical leva o verbo para a 3ª pessoa do plural:
Tatiana e Fernanda estão voltando da viagem.
b) o sujeito composto por elementos de pessoas gramaticais diferentes leva o verbo para o plural, obedecendo à lei de prevalência:
* a 1ª pessoa prevalece sobre as outras:
Gabriel e eu fizemos uma aposta.
Gabriel - 3ª pessoa do singular
Eu - 1ª pessoa do singular
Nós - 1ª pessoa do plural
* a 2ª pessoa prevalece sobre a 3ª:
Malu e tu ireis ao térreo.
Malu - 3ª pessoa do singular
Tu - 2ª pessoa do singular
Vós - 2ª pessoa do plural
Nesse caso, o verbo poderá ir para a 3ª pessoa do plural:
Malu e tu irão ao térreo.
Vamos parar por aqui que o assunto é extenso.
Continuamos na próxima.
Até breve!
Regência verbal
Há verbos que exigem a presença de outros termos. Chamamos a esse estudo: Regência verbal.
Nesse caso, o verbo é chamado regente, e o termo que completa seu significado é chamado regido.
Assim: Gabriel joga bola.
joga = regente
bola = regido
Quando há mudança de regência, há mudança de significado.
Exemplo:
Mariana aspira o perfume das flores.
Malu aspira a uma profissão que a realize.
Sem a preposição a, o verbo aspirar significa cheirar.
Seguido da preposição a, o mesmo verbo significa pretender.
Não vamos poder estudar todos os verbos de nossa língua, mas vamos a alguns, por exemplo, o verbo ir aparece nas conversas, nas letras de música, com a preposição em, mas, na linguagem culta formal, o verbo ir rege as preposições a e para. Exemplos:
João Pedro foi ao parque.
Luís Henrique foi para os Estados Unidos.
Para estudar regência verbal, agrupamos os verbos de acordo com sua transitividade, que não é absoluta; um verbo pode ter mais de um significado de acordo com as relações entre seus complementos, como vimos com o verbo aspirar.
Assim:
Os verbos podem ser intransitivos, ou seja, não precisam de complementos:
Tatiana chegou a Roma num dia de chuva.
Fernanda foi para a França.
Chegar e ir são quase sempre acompanhados de adjuntos adverbiais de lugar: Roma e França.
As preposições a e para indicam direção ou destino.
Os verbos podem também ser transitivos diretos, ou seja, não precisam de preposição para que a relação de regência seja estabelecida e são complementados por objetos diretos: Exemplo:
Beto visitou suas avós.
visitou = verbo transitivo direto; suas avós = objeto direto
Quando são transitivos indiretos, os verbos são complementados por objetos indiretos. Exemplo:
Duda obedece aos pais.
Pedrinho simpatiza com João.
Obedecer e simpatizar são verbos transitivos indiretos; aos pais e com João são objetos indiretos porque estão ligados ao verbo com o auxílio das preposições a e com.
Não vou fazer lista de verbos pois são muitos; bom mesmo é sair do computador e ler um pouco para aprender regência com os escritores.
Espero ter ajudado um pouco...
Até breve!