segunda-feira, 28 de dezembro de 2015

Concordância nominal 4 / casos particulares










   Concordância nominal 4

   casos particulares

   1. Anexo / obrigado / mesmo / incluso / quite / leso

   Essas palavras são adjetivos e concordam com o nome a que se referem.

   Exemplos:

   Enviou também os documentos anexos.
       Nota: Em anexo é invariável:
   Os documentos em anexo devem ser enviados.
   Muito obrigada, disse Maria.
   Muito obrigadas, disseram as amigas.
   Elas mesmas farão a correção.
   As revistas estão inclusas no pacote.
   Ele está quite com o exército.
   Estamos quites com a delegacia de polícia.
   Foi um crime de lesa-pátria.
   Foi um crime de leso-patriotismo.

   2. Alerta / menos

   Essas palavras são invariáveis.

   Exemplos:

   Os soldados ficaram alerta.
   Houve menos alunas do que esperávamos.

   3. Bastante / caro / barato / meio / longe

   Essas palavras podem funcionar como advérbios e como adjetivos, pronomes adjetivos ou numerais; como advérbios são invariáveis; no segundo caso, concordam com a palavra a que se referem.

   Exemplos:

   Trata-se de roteiros bastante complicados.
                                (adv.)
   Havia bastantes sanduíches.
           (adj.)
   Essas bolsas custam caro.
                                  (adv.)
   As bolsas estão caras.
                          (adj.)
   Os sapatos custam barato.
                               (adv.)
   Os sapatos são caros.
                         (adj.)
   Carolina parece meio esquisita.
                           (adv.)   
   Comi meia maçã.
          (adj.)
   A igreja fica longe daqui.
                      (adv.)
   Na viagem conhecemos longes lugares.
                                        (adj.)
   Por hoje é só!
   Até breve!

segunda-feira, 23 de novembro de 2015

Concordância nominal 3












   Concordância nominal 3

   Adjetivo como predicativo de sujeito composto

   a) Quando o adjetivo é predicativo de sujeito composto, irá para o plural se estiver posposto aos substantivos.

   Exemplo:

   Tanto a casa como o jardim eram esplêndidos.

   b) E irá para o plural ou concordará com o mais próximo se estiver anteposto aos substantivos.

   Exemplos:

   Eram esplêndidos a casa e o jardim.
   Era esplêndida a casa e o jardim.

   Dois ou mais adjetivos referindo-se a um substantivo único.

   a) O substantivo fica no singular e coloca-se artigo antes do último adjetivo.

   Exemplo:

   A peça agradou o público infantil e o adulto.

   b) O substantivo vai para o plural, e não se usa artigo antes do adjetivo.

   Exemplo:

   A peça agradou os públicos infantil e adulto.

   Por hoje é só.
   Até breve!

terça-feira, 17 de novembro de 2015

concordância nominal 2













   Concordância nominal 2

   Oi, pessoal, não me esqueci de vocês; é que ando bastante ocupada, graças a Deus!
   Mas... vamos lá:

2. Adjetivo como adjunto adnominal

   O adjetivo pode se referir a mais de um substantivo, e, nesse caso, pode vir:

2.1 anteposto aos substantivos e concorda com o substantivo mais próximo.

   Exemplos:

   Conservava arrumados os livros e as roupas.
   Conservava arrumadas as roupas e os livros.
   Conservava arrumada a roupa e o quarto.
   Conservava arrumado o quarto e a roupa

2.2 posposto aos substantivos e admite duas concordâncias:

* pode concordar com o substantivo mais próximo.

   Exemplos:

   Conservava o quarto e a roupa arrumada.
   Conservava a roupa e o quarto arrumado.
   Conservava a roupa e a biblioteca arrumada.

* pode ir para o plural (se os gêneros são diferentes, prevalece o plural: a gramática é machista!)

Exemplos:

   Conservava a roupa e o quarto arrumados.
   Conservava o quarto e a roupa arrumados.
   Conservava a roupa e a biblioteca arrumadas.

   Por hoje é só.
   Gravem bem o que vimos hoje!
   Até breve!

segunda-feira, 12 de outubro de 2015

Concordância nominal











                CONCORDÂNCIA NOMINAL

1. REGRA GERAL

VEJA:

A                     menina                             Uma              escada
artigo               substantivo                      numeral         subst.
fem.  sing.        fem. sing.                       fem. sing.      fem. sing.    
                                                                      
                                                                        
Esses                   meninos                              Belas        praias           
pronome              substantivo                         adj.           subst.                   masc. pl.              masc. pl.                             fem. pl.     fem. pl.
                                                                                   

O artigo, o pronome, o numeral e o adjetivo concordam em gênero e número com o substantivo.

O adjetivo pode exercer a função sintática de adjunto adnominal, como no exemplo acima; e de predicativo, como nos exemplos abaixo:

Assim:

A praia é bela.
As praias são belas.

Nesse caso bela e belas exercem a função de predicativo.

Por hoje é só.
Até breve!
                                                                                                

segunda-feira, 7 de setembro de 2015

Concordância verbal - Concordância do verbo ser













                Concordância verbal
           Concordância do verbo ser

   A concordância verbal acontece entre o verbo e o sujeito da oração, mas, no caso do verbo ser, ela pode se processar entre o verbo e o predicativo do sujeito.

   A concordância será com o predicativo do sujeito:
   1. quando o sujeito for os pronomes isto, isso, aquilo, tudo, o.

   Exemplos:

   Isto são problemas que afetam o planeta.
   Nem tudo alegrias na vida de Maria.
   Tudo isto eram coisas do passado.
   Aquilo não eram comportamentos que se esperassem dos alunos.
   O que aprecio em Fernanda são seus bons propósitos.

   2. quando o sujeito no singular se referir a coisas, e o predicativo  estiver no plural.

   Exemplos:

   O lençol eram uns trapos que ele conseguira esmolando.
   A esperança eram uns retratos que ela guardava numa caixa.
   A reunião foram uns avisos que a presidente tinha que dar.

   Notas:

   a) Se se quiser enfatizar o sujeito, o verbo pode concordar com ele.

   Exemplo:

   O amor verdadeiro é só alegrias.

   b) Se o sujeito for pessoa, o verbo concorda com ele:

   Exemplo:

   Eugênio é só alegrias com o nascimento do filho.

   3. quando o sujeito é o pronome interrogativo que ou quem.

   Exemplos:

   Quem são aqueles jovens com a bandeira do Brasil?
   Que são aqueles fogos?

   4. quando o verbo ser indica hora, distância ou período de tempo.

   Exemplos:

   São sete horas da manhã.
   São três mil quilômetros até São Paulo.
   De 1937 a 2015 são 78 anos bem vividos.

   Nota:

   Nas datas, admitem-se duas concordâncias.

   Exemplos:

   Hoje é 7 de setembro.
   Hoje são 7 de setembro.

   5. quando o sujeito é formado por números que indicam quantidade, medida, preço etc.

   Exemplos:

   Oito milhões de tijolos é pouco.
   Sete reais é um absurdo!
   Oito meses é muito na vida de um cãozinho.

   6. quando o predicativo é um pronome pessoal do caso reto.

   Exemplos:

   Os assaltantes fomos nós.
   O professor sou eu.

  7. quando o sujeito for coletivo ou partitivo.

   Exemplos:

   O resto são migalhas de pão.
   A grande maioria são pessoas insatisfeitas.
   A maior parte trabalham na fábrica.

   Por hoje é só.
   Espero ter ajudado!
   Até breve!

sábado, 15 de agosto de 2015

concordância verbal 4















                        Concordância verbal 4


   2. Sujeito composto

   a) Quando o sujeito é composto, ou seja, tem mais de um núcleo, e é posposto ao verbo, o verbo vai para o plural ou concorda com o núcleo mais próximo.

    Exemplos:

   Desejavam Veridiana e Priscila o mesmo curso.
   Desejava Veridiana e Priscila o mesmo curso.

   b) Quando o sujeito é formado por núcleos sinônimos, o verbo fica no singular ou pode ir para o plural.

   Exemplos:

   A alegria e o contentamento embelezavam aquele rosto.
   A alegria e o contentamento embelezava aquele rosto.

   c) Quando os núcleos do sujeito constituem gradação de ideias também o verbo fica no singular ou pode ir para o plural.

   Exemplos:

   Uma palavra, uma página, um livro, não satisfaziam sua sede de saber.
   Uma palavra, uma página, um livro, não satisfazia sua sede de saber.

   d) Quando os núcleos do sujeito são verbos no infinitivo, o verbo fica no singular.

   Exemplo:

   Nadar e correr é a vida de Eduardo.

   e) Quando os componentes do sujeito são resumidos por pronome indefinido - tudo, nada, ninguém - o verbo fica no singular.

   Exemplo:

   Chefe, colegas, clientes, ninguém duvidava da competência da funcionária.

   f) Quando os componentes do sujeito são ligados por ou, acontece o seguinte:
   * o verbo concorda com o mais próximo e fica no singular se a conjunção indicar exclusão ou retificação;
   * o verbo vai para o plural se a conjunção indicar que o verbo se refere aos dois sujeitos.

   Exemplos:

   Malu ou Mariana será rainha da primavera na escola.
   Malu ou Mariana dançarão na festa da primavera.

   g) Quando os componentes do sujeito são ligados por nem, o verbo vai para o plural.

   Exemplo:

   Nem João nem Gabriel jogarão bola no sábado.

   h) Quando o sujeito é a expressão um ou outro, o verbo fica no singular.

   Exemplo:

   Um ou outro será premiado no fim da competição.

   i) Quando o sujeito é formado pelas expressões um e outro nem um nem outro, o verbo fica no singular, mas pode ir para o plural.

   Exemplos:

   Um e outro fizeram a tarefa.
   Um e outro fez a tarefa.
   Nem um nem outro jogou bola.
   Nem um nem outro jogaram bola.

   j) Quando os componente do sujeito são ligados por com, o verbo fica no singular se se desejar enfatizar o primeiro elemento, mas vai para o plural quando não há esse desejo.

   Exemplos:

   Ana com sua cachorrinha foram passear.
   Ana, com sua cachorrinha, foi passear.

   l) Quando os elementos do sujeito são ligados por conjunção comparativa, o verbo fica no singular ou pode ir para o plural.

   Exemplos:

   A cebola como a batata ficaram mais caras.
   A cebola como a batata ficou mais cara.

   m) Quando aparece a expressão haja vista, a palavra vista é sempre invariável, mas podem ocorrer três construções.

   Exemplos:

   A turma não estudou. Haja vista as provas resolvidas pelos alunos.
   A turma não estudou. Haja vista às provas resolvidas pelos alunos.
   A turma não estudou. Hajam vista as provas resolvidas pelos alunos.

   No Brasil, a construção mais utilizada é a primeira.

   Por hoje chega, não é?
   Na próxima postagem continuamos.
   Até breve!

quinta-feira, 30 de julho de 2015

Concordância verbal 3











                        Concordância verbal 3

   Verbos impessoais

   Com verbo impessoal, o sujeito é inexistente - o verbo fica sempre na 3ª pessoa do singular.
   Os verbos impessoais são:
   Haver no sentido de existir
   Fazer indicando tempo e
   Verbos que indicam fenômenos meteorológicos.

   Exemplos:

   Havia muitas pessoas no movimento político.
   Fazia horas que Maria do Céu esperava pelo ônibus.
   Chovia muito no Recife.

   Observação 1: Se o verbo impessoal aparecer numa locução verbal, a construção é a mesma.

   Exemplo:

   Poderia haver aposentados menos infelizes...

   Observação 2: O verbo existir não é impessoal. Logo concorda com o sujeito:

   Exemplo:

   Existiam muitas pessoas naquele lugarejo.

   Observação 3: Os verbos que indicam fenômenos meteorológicos usados em sentido figurado não são impessoais. Logo concordam com o sujeito.

   Exemplo:

   Choveram cartazes exigindo reforma imediata.

   Observação 4: Na língua falada no Brasil, o verbo haver, quando impessoal, é quase sempre substituído pelo verbo ter.

   Exemplo:

   Na lanchonete tinha duas meninas.

   Por hoje é só, mas há mais concordância verbal, que veremos na próxima postagem.
   Até breve!



domingo, 19 de julho de 2015

Concordância verbal 2












                        Concordância verbal 2

   2. Casos especiais

   1. Sujeito simples
   a) o sujeito é uma expressão partitiva: (parte de, uma porção de, a maioria de); nesse caso, o verbo pode ficar no singular ou ir para o plural.
   Exemplos:
   Uma porção de maçãs estava estragada.
   Uma porção de maçãs estavam estragadas.
   b) o sujeito é um número percentual ou número fracionário; nesse caso, o verbo concorda com o numeral.
    Exemplos:
   7% das maçãs estavam estragadas.
   3/4 das maçãs estavam estragadas.
   1% das maçãs estava estragada.
   1/3 das maçãs estava estragado.
   c) o sujeito é a expressão mais de um; nesse caso, o verbo fica no singular:
   Mais de um político se sentiu ameaçado pela fala do juiz.
   d) o sujeito é o pronome relativo que: nesse caso, o verbo concorda com o antecedente do que:
   Exemplos
   Fui eu que vi o filme.
   Fomos nós que vimos o filme.
   e) o sujeito é o pronome relativo quem; nesse caso, o verbo concorda com quem e fica na 3ª pessoa do singular; ou concorda com o antecedente do quem:
   Exemplos:
   Fui eu quem viu aquele acidente.
   Fui eu quem vi aquele acidente.
   f) o sujeito é a expressão um dos que; nesse caso, o verbo fica na 3ª pessoa do singular ou pode ir para a 3ª pessoa do plural:
   Exemplos:
   Fui um dos que saíram na coluna social.
   Fui um dos que saiu na coluna social.
   g) o sujeito é um pronome indefinido, interrogativo ou indefinido no plural, seguido de nós ou vós; nesse caso, o verbo concorda com o primeiro pronome ou concorda com nós ou vós:
   Exemplos:
   Muitos de nós foram ao parque.
   Muitos de nós fomos ao parque.
   h) o sujeito é um nome que só tem plural e não é precedido de artigo; nesse caso, o verbo fica no singular:
   Exemplo:
   Campinas é uma cidade do Estado de São Paulo.
   i) o sujeito é um nome que só tem plural, mas é precedido de artigo; nesse caso, o verbo vai para o plural:
   Os Estados Unidos são muito criticados por alguns políticos.
 Porém... se o sujeito for o nome de uma obra artística, o verbo poderá ficar no singular ou ir para o plural:
   Exemplos:
   Os Lusíadas foram escritos por Camões.
   Os Lusíadas foi escrito por Camões.
   j) o sujeito é um coletivo no singular; nesse caso, o verbo fica no singular:
   Exemplo:
   A boiada passava lentamente.
   Porém... se o coletivo vier seguido de uma expressão no plural, o verbo pode concordar com ela:
   Exemplo:
   A turma de alunos entrou correndo na sala.
   A turma de alunos entraram correndo na sala.
   Ainda... se o coletivo estiver distante do verbo, este poderá ir para o plural:
   Exemplo:
   A turma entrou na sala e aparentavam cansaço..
   k) o sujeito é um pronome de tratamento; nesse caso, o verbo fica na 3ª pessoa do singular se o pronome estiver no singular, e vai para a 3ª do plural se o pronome estiver no plural:
   Exemplos:
   V. Excelência pode me ouvir?
   Suas Excelências acabaram de chegar.
   l) o sujeito é um número de horas; nesse caso, os verbos dar, bater e soar concordam com o numeral:
   Exemplos:
   Deram quatro horas quando o filme começou.
   Bateu uma hora quando o filho chegou da festa.
   Soaram oito horas quando cheguei da rua.
   Porém... se o sujeito for a palavra relógio, sino, carrilhão, o verbo fica no singular.
   Exemplo:
   O relógio deu duas horas quando o trem partiu da estação.
   m) no caso do se como partícula apassivadora, o verbo concorda  com o sujeito paciente:
   Exemplos:
   Consertam-se relógios.
   Conserta-se relógio.
   n) no caso do se como índice de indeterminação do sujeito, o verbo fica sempre na 3ª pessoa do singular:
   Exemplo:
   Falava-se bem de todos no Plenário.
   Dirige-se mal no país.

   Hoje deu para cansar, não é?
   Espero ter ajudado!
   Até breve!

sexta-feira, 17 de julho de 2015

Concordância verbal








                       Concordância verbal

   Regras gerais

   Muitas pessoas fazem concordâncias inadequadas; algumas ferem os ouvidos, mas, continuando no meu estilo, não vou mostrá-las aqui para que não sirvam de exemplo.

   O que é concordância verbal? É a concordância do verbo com o sujeito em pessoa e número:

1. Quando o sujeito é simples:
a) claro:
Mariana desenha bem.
Mariana  = ela - 3ª pessoa (concordância de pessoa)
Mariana é uma pessoa (concordância de número)

b) subentendido:
Não fomos ao cinema. (sujeito: nós)

c) anteposto:
João Pedro joga bola.

d) posposto:
Estarão presentes todas as crianças do edifício.

2. Quando o sujeito é composto:
a) o sujeito composto por elementos da 3ª pessoa gramatical leva o verbo para a 3ª pessoa do plural:
Tatiana e Fernanda estão voltando da viagem.

b) o sujeito composto por elementos de pessoas gramaticais diferentes leva o verbo para o plural, obedecendo à lei de prevalência:
* a 1ª pessoa prevalece sobre as outras:
Gabriel e eu fizemos uma aposta.
Gabriel - 3ª pessoa do singular
Eu - 1ª pessoa do singular
Nós - 1ª pessoa do plural

* a 2ª pessoa prevalece sobre a 3ª:
Malu e tu ireis ao térreo.
Malu - 3ª pessoa do singular
Tu - 2ª pessoa do singular
Vós - 2ª pessoa do plural
Nesse caso, o verbo poderá ir para a 3ª pessoa do plural:
Malu e tu irão ao térreo.

   Vamos parar por aqui que o assunto é extenso.
   Continuamos na próxima.
   Até breve!

sexta-feira, 10 de julho de 2015











                                                             Regência verbal

   Há verbos que exigem a presença de outros termos. Chamamos a esse estudo: Regência verbal.
   Nesse caso, o verbo é chamado regente, e o termo que completa seu significado é chamado regido.
   Assim: Gabriel joga bola.
   joga = regente
   bola = regido

   Quando há mudança de regência, há mudança de significado.
   Exemplo:
   Mariana aspira o perfume das flores.
   Malu aspira a uma profissão que a realize.
   Sem a preposição a, o verbo aspirar significa cheirar.
   Seguido da preposição a, o mesmo verbo significa pretender.

   Não vamos poder estudar todos os verbos de nossa língua, mas vamos a alguns, por exemplo, o verbo ir aparece nas conversas, nas letras de música, com a preposição em, mas, na linguagem culta formal, o verbo ir rege as preposições a e para. Exemplos:
   João Pedro foi ao parque.
   Luís Henrique foi para os Estados Unidos.

   Para estudar regência verbal, agrupamos os verbos de acordo com sua transitividade, que não é absoluta; um verbo pode ter mais de um significado de acordo com as relações entre seus complementos, como vimos com o verbo aspirar.

   Assim:

   Os verbos podem ser intransitivos, ou seja, não precisam de complementos:
   Tatiana chegou a Roma num dia de chuva.
   Fernanda foi para a França.
   Chegar e ir são quase sempre acompanhados de adjuntos adverbiais de lugar: Roma e França.
   As preposições a e para indicam direção ou destino.

   Os verbos podem também ser transitivos diretos, ou seja, não precisam de preposição para que a relação de regência seja estabelecida e são complementados por objetos diretos: Exemplo:
   Beto visitou suas avós.
   visitou = verbo transitivo direto; suas avós = objeto direto

   Quando são transitivos indiretos, os verbos são complementados por objetos indiretos. Exemplo:
   Duda obedece aos pais.
   Pedrinho simpatiza com João.
   Obedecer e simpatizar são verbos transitivos indiretos; aos pais e com João são objetos indiretos porque estão ligados ao verbo com o auxílio das preposições a e com.

   Não vou fazer lista de verbos pois são muitos; bom mesmo é sair do computador e ler um pouco para aprender regência com os escritores.

   Espero ter ajudado um pouco...
   Até breve!

quinta-feira, 25 de junho de 2015

Eu própria, eu mesma, obrigada








 




               Eu própria, eu mesma, obrigada


   Renata disse: Eu própria pintei esse quadro.
   João Pedro argumentou que ele mesmo fizera o trabalho.

   Elas disseram: Nós próprias pintamos esses quadro.
   Os alunos argumentaram que eles mesmos fizeram os trabalhos.

   A própria Cecília fez uma doação para a igreja.
   Gabriel, ele mesmo, dirigiu o carro na estrada.

   Ficou claro?

   Língua falada e língua escrita não são iguais, mas, mesmo no calor de uma discussão em uma novela, fica esquisito a personagem usar inadequadamente esses pronomes.

   Fenômeno parecido acontece com:

   Renata disse: Obrigada a todos pelo carinho.
   João Pedro sussurrou: Obrigado a todos pela homenagem...

   Concluindo:

   Mulher diz obrigada, eu mesma, eu própria.

   Homem diz obrigado, eu mesmo, eu próprio.

   Por hoje é só.

   Fiquem com a grande Adélia Prado.

   Obrigada a todos que me acompanham no blog...

   Até breve!

terça-feira, 9 de junho de 2015

Bem e mal bom e mau





 




                BEM E MAL    BOM E MAU



Como acertar sempre?
Difícil, não? Fácil!

Bem é advérbio e é o contrário de mal.

Bom é adjetivo e é o contrário de mau.

Recebi uma carta bem-escrita.

Por que bem? Porque escrita é adjetivo, e bem - advérbio - está modificando o adjetivo escrita.
Não esqueça: o advérbio é invariável.

carta bem-escrita
cartas bem-escritas
artigo bem-escrito
artigos bem-escritos

O bom menino faz as tarefas sem a mãe mandar.

Por que bom? Porque menino é substantivo, e bom - adjetivo - está dando uma qualidade ao substantivo menino.
Não esqueça: o adjetivo é variável, concorda com o substantivo.

A boa menina arruma suas coisas.
As boas meninas arrumam suas coisas.
Os bons meninos fazem a tarefa sem a mãe mandar.

Mal é advérbio e é o contrário de bem.

Uma notícia mal-escrita deixa o leitor em dúvida.

Por que mal? Porque escrita é adjetivo, e mal - advérbio - está modificando o adjetivo escrita.
Não esqueça: o advérbio é invariável.

mal-escrito
mal-escritas
mal escritos

O mau menino agride os colegas.

Por que mau? Porque menino é substantivo, e mau - adjetivo - está dando uma qualidade ao substantivo menino.
Não esqueça: o adjetivo é variável, concorda com o substantivo.

A aluna não obedece aos professores.
As más alunas não obedecem aos professores.
Os maus meninos agridem os colegas.

Então... Tudo certinho? Ficou claro?
Espero que sim!

Até breve!

quarta-feira, 3 de junho de 2015

Use sempre no singular








 
 



                
                USE SEMPRE NO SINGULAR



   O verbo HAVER é impessoal e deve ficar sempre na 3ª pessoa do singular quando significa:

   Existir:

   Não houve aula ontem porque quase todos os alunos faltaram.

   Ocorrer, acontecer:

   Durante a viagem, houve momentos muito bons.

   Fazer (quando indica tempo passado):

   Há muitos meses ele se mudou daqui.

   Ainda, o verbo HAVER quando significa ocorrer, acompanhado por verbos auxiliares, estes também ficam impessoais:

   Pode haver aulas de português no sábado.
   Poderá haver grandes catástrofes se o homem continuar desrespeitando o planeta.
   Deve haver explicações para o comportamento insano de certas pessoas.
   Tinha havido pareceres contra a nova lei.
   Está havendo cortes de energia em várias cidades do país.

   O assunto me ocorreu porque vejo as pessoas ficarem na dúvida quanto a esse emprego do verbo HAVER.
   Na verdade, não pode haver dúvidas, ele fica sempre no SINGULAR.

   Por hoje é só.

   Até breve!

quarta-feira, 27 de maio de 2015

EXPANSÃO E PERSUASÃO










 
universo em expansão






                        expansão e persuasão

   O universo está em expansão.
         expandir - expansão

   Aquele cientista tem um grande poder de persuasão.
        persuadir - persuasão

   Não se esqueça, buscando o verbo, escrevemos corretamente seus derivados.

   Só isso após essas longas férias...

   Até breve!

quarta-feira, 25 de março de 2015

A língua












                                 A língua

   Permitam-me oferecer neste espaço um texto para reflexão...

                         A melhor e a pior coisa do mundo

    Esopo era um escravo de muita inteligência de um conhecido chefe militar da Grécia.
   Certo dia em que seu patrão conversava com um amigo sobre os males e as virtudes do mundo, Esopo foi chamado a dar sua opinião sobre o assunto, ao que respondeu:
- Tenho a mais absoluta certeza de que a maior virtude da Terra está à venda no mercado.
- Como? - perguntou o amo. - Tens certeza do que estás falando?      Como podes afirmar tal coisa?
- Não só afirmo, como, se meu amo permitir, irei até lá e trarei a maior virtude da Terra.
   Com a autorização do amo, saiu e, dali a alguns minutos, voltou carregando um pequeno embrulho.
   Ao abrir o pacote, o chefe encontrou pedaços de língua, e, enfurecido, deu ao escravo uma chance para explicar-se.
- Meu amo, não vos enganei! A língua é realmente a maior das virtudes. Com ela podemos consolar, ensinar, esclarecer, aliviar e conduzir. Pela língua, os ensinamentos dos filósofos são divulgados, os conceitos religiosos são espalhados, as obras dos poetas se tornam conhecidas de todos. Acaso podeis negar essas verdades?
- Muito bem, meu caro, retrucou o amigo do amo. Já que és desembaraçado, que tal trazeres agora  o pior vício do mundo?
- É perfeitamente possível, senhor. Irei ao mercado e de lá trarei o pior vício de toda a terra.
   Esopo saiu e, dali a minutos, voltou com outro pacote semelhante ao primeiro. Ao abri-lo, os amigos encontraram novamente pedaços de língua. Desapontados, interrogaram o escravo e obtiveram surpreendente resposta:
- Por que vos admirais de minha escolha? Do mesmo modo que a língua, bem utilizada, se converte numa sublime virtude, quando relegada a planos inferiores se transforma no pior dos vícios. Através dela tecem-se as intrigas e as violências verbais. As verdades mais santas, por ela mesma ensinadas, podem ser corrompidas e apresentadas como anedotas vulgares e sem sentido. Através dela estabelecem-se as discussões infrutíferas, os desentendimentos prolongados e as confusões populares que levam ao desequilíbrio social. Acaso podeis refutar o que digo?
   Impressionados com a inteligência do serviçal, ambos calaram-se comovidos, e seu chefe, reconhecendo o disparate que era ter um homem tão sábio como escravo, deu-lhe a liberdade.
   Esopo aceitou-a e tornou-se um contador de fábulas conhecidas até hoje em todo o mundo.
 
   O poder da língua é incrível, não é mesmo? Por isso mesmo devemos usá-la bem em todos os sentidos, gramaticalmente também.
   Espero que tenham gostado!
   Até breve.

sábado, 21 de março de 2015

Redundância




                            Há seis meses atrás. X
                         Há seis meses. C
                         Seis meses atrás. C
                         Faz seis meses. C



                              Redundância


   O que é redundância?

   Redundância ou informação desnecessária é repetir, numa frase, uma ideia já contida num termo anterior.

   Assim:

   Dividiu o pão em metades iguais.
   (metades são iguais)

   O réu encarou de frente as acusações.
   (só é possível encarar de frente)

   Tomou canja de galinha.
   (só existe canja de galinha)

   O fabricante exportou sua produção para fora.
   (exportar só pode ser para fora)

   Amanheceu o dia, e ele não chegou.
   (só amanhece de dia)

   Teve a cabeça decapitada.
   (só se pode decapitar cabeça)

   Os meus filhos são ótimos.
   (aí há duas redundâncias: se digo meus, não preciso dizer os     meus; e, se são meus, é claro que  são  ótimos...)

   Deu para entender? Que bom!

   Até breve.

domingo, 15 de março de 2015

Para mim ou para eu?











                       Para mim ou para eu?


   Ela comprou uma bolsa para eu usar.

   Nessa frase, apesar de o pronome pessoal vir precedido de uma preposição - para -, não é regido por ela. Ele é sujeito do verbo usar, logo deve ser usado o pronome pessoal do caso reto: eu.

   Isso porque "para eu usar" corresponde a "para que eu usasse".

   Há uma regra: usam-se as formas retas dos pronomes mesmo depois de uma preposição, quando o pronome for sujeito do verbo no infinitivo que vem a seguir.

   Assim:

   Não vá sem mim.

   Mas:

   Não vá sem eu consentir (sem que eu consinta). Eu aí é sujeito de consentir.

   Renata e Cecília estão pensando em mim.

   Mas:

   Renata e Cecília estão pensando em eu ir para Houston. Eu aí é sujeito de ir.

   Veja agora:

   Para eu sair de casa, é preciso não estar chovendo.

    Mas:

   Para mim, sair de casa é muito difícil.

   No último período, a vírgula após o pronome indica que ele não é sujeito de viajar.

   Como saber? É só mudar a ordem do período:

   Sair de casa é muito difícil para mim.

   Ficou claro?

   Que bom!

   Até breve!